Madrugada

Até aquela madrugada, 

Eu era só pó.

O resto de um amor destrutivo, 

Abatido,

Incompreendido, 

Afastado, 

Longínquo.

Até aquela madrugada, 

Não ia dar meu coração a ninguém, 

Nem a um, 

Nem a outro, 

Só ao único. 

Depois daquela madrugada, 

Eu conheci bem, 

Conheci encanto, 

Asneiras, 

Piadas, 

E sua voz. 

Estar apaixonada por alguém assim é tão... Incomum.

Em uma madrugada, 

Foi de desconhecido, 

A dono de meus pensamentos. 

Então, escute bem. 

Entenda bem. 

Em uma madrugada, tornei-te meu. 

E em uma madrugada, meu coração é teu. 

Cara Estranho

O que esconde?
Onde, onde?
Me mostre seu mistério.
Sem medo, sem esmero.
Me conte sobre você, vamos!
O que faço por você?
O que faço pra te ter?
Oh, cara estranho.
Eu que te imaginava a tanto tempo.
Me mostre, vamos! Me mostre o que eu preciso ver!

Cachos Negros

Deixa eu te enxergar.
Me deixa pensar em você.
Deixe-me engrenhar em seu cabelo.
Brincar de faz de conta.
Me deixa te enriquecer.
Vai, me deixa!
Me deixa te deixar rico de eu e você.

Morrer um pouco de amor

(...) E um dia chegou triste,

E pela primeira vez naquele ano

Não me desejou bom dia.

Nem, ao menos, me desejou aquele dia.

E eu fiquei meio assim, 

Sem ter um fim,

Nem um começo também, 

Apesar de que tem coisas que pouco sei.

Prefiro pensar que estava triste, 

Que pude sentar no seu colo e viver naquela mesmice. 

Sentir um pouco de sua dor, 

E morrer.

Morrer um pouco de amor.

Uísque

Me deixa segurar esse copo, deixa? 
Me deixa beber um pouco, me deixa?
Qual é o problema de se viver um pouco, hein?
Qual é o problema em não ser um problema para alguém?

Me deixa enxergar um pouco de você.
Não me deixa tentar te esquecer.
E esse teu coração tão fraco?
Não me deixa quebrar o gelo, não deixa.

Pois nós dois sabemos que eu posso.
Ou eu sei que posso.

Não me deixe me sentir assim...
Vazia, fora de mim.

Não me deixe o pó.
Ao menos sinto um pouco de dó.
Me deixa mais um gole, deixa?
Me deixa te derreter, até virarmos um só.